Realizado na sede de uma de nossas associadas, a Fundação Corsan, no centro de Porto Alegre, o evento contou com a participação de mais de 50 pessoas e com diversos palestrantes.

Presidente da Tchê, Adimilson Stodulski, na abertura do evento

O presidente da Tchê, Adimilson Stodulski, fez a abertura das atividades saudando o público presente e agradecendo a apoio do BNP Paribas Asset Management Brasil, apoiador do evento. Aliás, o CIO do BNP Paribas que fez a primeira palestra do dia. Gilberto Kfouri Jr. falou sobre aspectos ligados à Política Monetária, nacional e global, ressaltando a alta nas taxas de juros das principais economias globais, dos EUA às potências europeias.

Gilberto Kfouri Jr. falou sobre Política Monetária nacional e global

O palestrante citou diversos fatores relevantes para o aumento dos juros na economia americana: o endividamento, a necessidade de imprimir mais dinheiro que o normal, as disputas geopolíticas com a China, o rebaixamento do grau de risco dos EUA em agosto, entre outros. Na Europa, que atingiu o maior nível nas taxas de juros da história, o ciclo de alta também já indicou sinais de reversão, com as quedas sendo previstas, em princípio, para o 2º quadrimestre de 2024. No entanto, o cenário de alta, segundo Gilberto, parece ter terminado.

E no Brasil?

“No curto prazo, no Brasil as decisões dependem dos números de inflação”, destaca o palestrante. Para o mercado, a expectativa é de 9,5%. Já no médio e longo prazo, a manutenção da meta de inflação e a política fiscal são fatores cruciais para manter a taxa de juros em queda. “A Execução da parte fiscal determinará quanto tempo a Selic poderá ficar nesse patamar”, salienta Gilberto.

Carlos Renato Salami abordou aspectos de governança nos investimentos

O segundo palestrante do dia foi Carlos Renato Salami, Consultor de Investimentos AWG Advisory, que também falou sobre investimentos, mas trouxe a conversa para os aspectos de Governança, estrutura e arquitetura de gestão. Salami destacou a importância da criação de processos robustos, que envolvem planejamento, execução e monitoramento constantes, agilidade no processo decisório e eficiência de gestão. “Aqui estamos falando de buscar formas de se proteger em relação a riscos que podem afetar a renda real no futuro”, aponta o especialista.

Razão vs emoção

Abordando os paradigmas psicológicos que envolvem todas as decisões humanas, Aquilles Mosca, Head Comercial & Marketing do BNPP AM, falou sobre as Armadilhas do comportamento Humano nos Investimentos.

“A maior parte da teoria econômica e financeira está calcada na hipótese de racionalidade dos agentes e, consequentemente, na hipótese de eficiência dos mercados. No entanto, há uma grande evidência de que, dadas determinadas tendências comportamentais, os agentes não são totalmente racionais. Ou seja, a teoria tradicional é limitada em poder explicativo”, detalhe Aquilles.

Aquilles Mosca, Head Comercial & Marketing do BNPP AM

Isso porque, de acordo com o palestrante, existem alguns vieses comportamentais comuns que afetam a tomada de decisões de indivíduos e organizações, como o viés de representatividade e o movimento de manada. O primeiro, é a capacidade humana de inferir padrões com base na observação. É a habilidade de prever o futuro com base no presente/passado. “E nós fazemos isso de maneira inata, inconsciente”, salienta. O objetivo da abordagem de Aquilles é refletir como esses vieses podem afetar as decisões de investimentos, haja vista a limitada racionalidade humana e aos riscos do processo decisório.

Já o movimento de manada, mais conhecido e que é uma mistura entre ganância e medo, é uma forma de simplificar a decisão e seguir o grupo, fazer o que todos estão fazendo. “As pessoas fazem algo porque inferem que se todos estão fazendo, há uma boa razão para isso”, destaca Aquilles. É preciso ter consciência da existência desses fatores comportamentais para mitigá-los. “Para lidar com os vieses comportamentais, é preciso ter disciplina e paciência. Nada melhor do que definir uma boa política de investimentos”, complementa Aquilles.

Eduardo Lamers, Assessor da Superintendência-Geral da ABRAPP, fez a palestra de encerramento

Explorando aspectos regulamentares e de modernização do segmento de previdência complementar brasileiro, o Assessor da Superintendência-Geral da ABRAPP, Eduardo Henrique Lamers, fez a apresentação de encerramento do evento. Tratando de pautas estratégicas do sistema, ato regular de gestão, a evolução dos conselhos, visão de futuro do sistema, entre outros tópicos, a fala de Lamers destacou ainda a importância da modernização regulatória do segmento, abordando a relevância de reforçar os pilares de fiscalização sem engessar o crescimento do segmento previdenciário.

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A Tchê Previdência agradece a presença de todas as associadas, patrocinadores e colaboradores presentes no evento e, desde já, os convida para ficarem ligados em nossas comunicações para não perderem a próxima atividade!