Primeira edição aconteceu em Carlos Barbosa, com apoio da Associada Tramontinaprev

Evento recebeu mais de 80 pessoas no Auditório do CEIT

Realizado na sede administrativa da Tramontina nesta sexta-feira (15.09), em Carlos Barbosa, o evento contou com a participação de representantes das entidades associadas, colaboradores e dos patrocinadores do evento, Bradesco Asset Management e Bahia Asset Management, além dos seus apoiadores institucionais Mirador, Bothomé Advogados e PRP Soluções Contábeis. Ao longo do dia, ocuparam o palco e o centro das discussões temas como Segurança da Informação, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Gestão Contábil e Gestão de Investimentos.

Após a abertura feita pelo Presidente da Tchê Previdência, Adimilson Stodulski, que agradeceu a presença das entidades presentes, apoiadores e patrocinadores, a palestra que deu início ao primeiro encontro Tchê na Serra foi conduzida pelo Desenvolvedor Sênior e DPO da Mirador Jonathan Becker Kolling. Jonathan focou sua fala nos diversos riscos que podem afetar a segurança dos dados de pessoas e organizações e, claro, o que podemos fazer para reduzirmos os riscos de sermos vítimas do roubo de dados.

Desenvolvedor Sênior e DPO da Mirador, Jonathan Becker Kolling

“Um dos principais fatores que coloca as empresas do mundo todo em risco é o fato de que muitos executivos não veem a Segurança da Informação como uma área estratégica e prioritária do negócio. E em tempos de ameaças cibernéticas cada vez mais variadas e inteligentes, este posicionamento pode ser fatal”, destaca Jonathan.

O desenvolvedor ressalta que, para alcançar um bom nível de segurança da informação, é preciso investir em backup, antivírus, firewall, políticas de acesso e navegação, por exemplo, mas também em treinamento dos colaboradores e instruções aos parceiros e fornecedores. A principal missão de uma boa política de segurança de dados é proteger dados e informações sensíveis, mitigar riscos, manter a solidez dos negócios e salvaguardar a privacidade dos usuários. Nesse sentido, “a recomendação para os gestores que não queiram entrar para a estatística das ‘empresas hackeadas’ é buscar o auxílio de profissionais e empresas com expertise comprovada no combate aos variados tipos de ameaças cibernéticas, dos mais simples aos mais complexos”, concluiu.

“Não é uma questão de se vai acontecer, mas de quando vai acontecer”, afirma Paulo Reus, Gerente de Cyber Defense Center da Scunna. Continuando o painel sobre Segurança da Informação, Reus reforçou os pilares que devem (ou deveriam) guiar a defesa contra ataques cibernéticos para além de mecanismos de proteção como antivírus e senhas complexas.

Paulo Reus, Gerente de Cyber Defense Center Scunna

“É importante adotar políticas fortes e implementar regras com fatores múltiplos de autenticação, mas não existe estratégia melhor do que investir na conscientização dos usuários, na disseminação de uma cultura dentro da empresa para mitigar riscos de ataques e invasões cibernéticas”, destaca. “Eu posso garantir para vocês que sempre tem alguém tentando acessar os dados da sua empresa, mas acontece que nem sempre são bem-sucedidos. É preciso tempo. Mas essas pessoas têm tempo, tem infraestrutura e paciência para continuarem tentando. É preciso estar preparado para isso”, alertou.

O olhar jurídico sobre Segurança da Informação

Além dos aspectos relacionados à tecnologia, também é importante atentar para as questões jurídicas. Foi justamente isso que abordaram Vitor Gil Peixoto e Claúdia Deboni, da Bothomé Advogados, logo na sequência. Um dos quesitos destacados pelos palestrantes foi o uso dos dados pessoais. Com casos de vazamento e roubo de dados cada vez mais frequentes, o cuidado na manipulação de informações sensíveis é uma obrigação de qualquer entidade de previdência, sendo passíveis de punições, inclusive financeiras, em caso de descumprimento de alguns aspectos preventivos. No entanto, ressaltam os especialistas, é preciso avaliar individualmente cada situação.

Vitor Gil Peixoto e Claúdia Deboni, da Bothomé Advogados

“Não existe uma receita pronta para lidar com dados pessoais. Ela tem que ser customizada, observar as peculiaridades, números de pessoas envolvidas, entre outros fatores, pois dessa forma será muito mais eficiente”, salienta Vitor. Para a atividade da Entidades Fechadas de Previdência Complementar, é fundamental estar atento aos riscos envolvidos no mau uso de dados sensíveis dos participantes, podendo também levar à aplicação de sanções administrativas.

Para estar protegida de eventuais penalizações e garantir a segurança dos dados dos participantes, a advogada Claúdia Deboni chama atenção para a importância de as EFPCs adotarem uma gestão proativa, buscando antecipar quaisquer riscos tanto aos participantes quanto às entidades.

Jaques Callegaro e Aline Ramos, da PRP Soluções Contábeis

Finalizando o painel da manhã com questões ligadas à gestão contábil, Jaques Callegaro e Aline Ramos, da PRP Soluções Contábeis, trouxeram um resumo do EFD – REINF, as áreas envolvidas no processo, as regras de controle, sujeitos passivos obrigados a adotarem a EFD-REINF, prazos, multas, entre outros pontos de atenção. Na palestra, a dupla de contadores explicou os principais aspectos envolvidos na emissão de documentos junto à Receita Federal para esclarecer algumas dúvidas recorrentes no dia a dia da gestão contábil das EFPCs.

Segundo turno do evento focou em Gestão e nas Novas regras para fundos de investimento

Após um almoço de confraternização e network, o turno da tarde focou nos investimentos. Dividindo o palco, o Diretor Financeiro e de Investimentos do ISBRE, Carlos Salami, e o Gestor de fundos de Alocação no Bahia Asset Management, César Aragão, levaram ao público várias reflexões sobre estratégias de investimentos, risco, diversificação e exemplos reais do impacto de uma boa gestão no futuro dos participantes. Para Aragão, há um “beabá” na gestão de recursos financeiros, de projeções e análises.

Com a palestra “Abordagem para um processo de investimentos com aplicação ao mercado brasileiro”, Aragão apresentou alguns conceitos basilares de um processo de investimentos, destacando, em linhas gerais, a motivação para a gestão de investimentos baseada em risco x retorno, modelos de alocação de recursos, análise de atribuição de performance e conceitos de orçamentos de risco.

Carlos Salami (esq), Diretor de Investimentos do ISBRE, e o Gestor de fundos de Alocação no Bahia Asset Management, César Aragão

Falando em riscos, Aragão trouxe insights provocadores a partir do conceito. Ao mesmo tempo em que salientou que “o risco é um recurso escasso e que não existe risco infinito”, ponderou que “o que define o nível de risco em que você está é o quanto você aceita perder, não o quanto quer ganhar”. Essa equação, para ele, é o ponto que precisa estar bem resolvido na cabeça de participantes, investidores e gestores na administração dos investimentos.

A partir do tema “Gestão de Investimentos orientada pela renda esperada”, Carlos Salami centrou sua apresentação no detalhamento dos aspectos da gestão de investimentos, níveis de diversificação dos portfólios, abordando a dinâmica da relação risco x retorno, o planejamento, a execução e o monitoramento como elementos fundamentais do processo de gestão. O gestor trouxe um olhar mais técnico, enfatizando como são tomadas decisões de alocação, rebalanceamento das carteiras dos planos, atribuição de performance e medição de desempenho dos investimentos previdenciários.

Palestra de encerramento trouxe alertas sobre as novas regras para fundos de investimento

Fernando Galdi, Superintendente de Estratégia e Inovação do Bradesco Asset Management, fez a palestra final do Tchê na Serra, trazendo para discussão as “Novas regras para fundos de investimento: o que muda na vida do investidor a partir de outubro?”. Na sua fala, explorou aspectos como o prazo de adaptação, as obrigações gerais para a realização dessa adaptação e como fica a nova estrutura de fundos com a implementação do Marco Regulatório. Uma das mudanças destacadas por Galdi é que, a partir de outubro, nos fundos vinculados às EFPCs as classes poderão comportar os perfis Conservador, Moderado e Agressivo.

Outra mudança relevante, em sua avaliação, se refere aos fundos que oferecem benefícios sustentáveis. “Fundos com denominação ‘ESG’, ‘ASG’, ‘Ambiental’ e ‘Verde’, por exemplo, terão que seguir uma política de caracterização mais restrita. É preciso ficar claro quais são os benefícios, quais medidas foram adotadas para medir esses benefícios, especificar como isso será divulgado e a periodicidade dessa divulgação”, reforçou.

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A Tchê Previdência agradece a presença de todas as pessoas que participaram do evento e tornaram este dia tão especial. Agrademos, em especial, a Sandra Pradella, Gerente Administrativa da Tramontinaprev, pela recepção e todo apoio na organização.

Que venha o próximo!